Via Sacra - VII Estação: Jesus cai pela segunda vez

sábado, 14 de fevereiro de 2015 0 comentários

Jesus cai pela segunda vez.


“Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me fez andar nas trevas e não na luz. Bloqueou meus caminhos com blocos de pedra, obstruiu minhas veredas. Ele quebrou meus dentes com cascalho, mergulhou-me na cinza.” (Lamentações 3, 1-2.9.16).

Meditação

A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus a nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Em sua primeira carta, São João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios de seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar por que a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem, que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo – um paganismo pior que o antigo –, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega esse peso e cai, cai para poder chegar até nós; Ele nos olha para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.

Oração

Senhor Jesus Cristo, carregastes nosso peso e continuais a nos carregar. É nosso peso que Vos faz cair. Mas sois Vós a nos levantar, porque, sozinhos, não conseguimos nos erguer do pó. Livrai-nos do poder da concupiscência. Em vez do coração de pedra, dai-nos novamente um coração de carne, um coração capaz de ver. Destruí o poder das ideologias, para os homens poderem reconhecer que estão permeadas de mentiras. Não permitais que o muro do materialismo se torne intransponível. Fazei com que Vos ouçamos de novo. Tornai-nos sóbrios e vigilantes para podermos resistir às forças do mal e ajudai-nos a reconhecer as necessidades interiores e exteriores dos outros, e a socorrê-las. Erguei-nos, para podermos levantar os outros. Concedei-nos esperança no meio de toda esta escuridão, para podermos ser portadores de esperança no mundo. Pai nosso...

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