Jesus promete seu Reino ao bom ladrão.
“Puseram acima da cabeça de Jesus um letreiro escrito com a causa da condenação: ‘Este é Jesus, o Rei dos Judeus’. Foram então crucificados com Ele dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam dirigiam-Lhe insultos, abanavam a cabeça e diziam: ‘Tu, que demolias o Templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!’. Também os sumos sacerdotes zombavam, juntamente com os escribas e os anciãos, dizendo: ‘Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se! É Rei de Israel! Desça agora da cruz, e acreditaremos nele’.” (Mateus 27, 37-42).
Meditação
Jesus é pregado na cruz. O sudário de Turim permite formar uma idéia da crueldade incrível desse processo. Jesus não toma a bebida anestesiante que Lhe fora oferecida: conscientemente assume todo o sofrimento da crucifixão. Todo Seu corpo é martirizado; cumpriram-se as palavras do Salmo: “Eu, porém, sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens rebotalho do povo” (Sl 22/21,7). “Como um homem diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desestimado. Na verdade Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores” (Is 53,3-4). Detenhamo-nos diante dessa imagem de sofrimento, diante do Filho de Deus sofredor. Olhemos para Ele nos momentos de presunção e de prazer, para aprendermos a respeitar os limites e a ver a superficialidade de todos os bens puramente materiais. Olhemos para Ele nos momentos de calamidade e de angústia, para reconhecermos que precisamente assim estamos perto de Deus. Procuremos reconhecer Seu rosto naqueles que tendemos a desprezar. Diante do Senhor condenado, que não quer usar Seu poder para descer da cruz, mas antes suporta os sofrimentos da cruz até o fim, pode assomar ainda outro pensamento. Inácio de Antioquia, ele mesmo preso com cadeias por sua fé no Senhor, elogiou os cristãos de Esmirna pela fé inabalável deles: afirma que estavam, por assim dizer, pregados com a carne e o sangue à cruz do Senhor Jesus Cristo (1,1). Deixemo-nos pregar a Ele, sem ceder a qualquer tentação de nos separarmos nem ceder às zombarias que pretendem levar-nos a fazê-lo.
Oração
Senhor Jesus Cristo, fizestes-Vos pregar na cruz, aceitando a crueldade terrível desse tormento, a destruição de Vosso corpo e Vossa dignidade. Fizestes-Vos pregar, sofrestes sem evasões nem descontos. Ajudai-nos a não fugir perante o que somos chamados a realizar. Ajudai-nos a nos ligar estreitamente a Vós. Ajudai-nos a desmascarar a falsa liberdade que nos quer afastar de Vós. Ajudai-nos a aceitar Vossa liberdade “ligada” e a encontrar nessa estreita ligação convosco a verdadeira liberdade. Pai Nosso...
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