O que está acontecendo no Vaticano?

sábado, 27 de abril de 2013 0 comentários
Moradores próximos ao Vaticano se perguntam: “O que está acontecendo no Vaticano?” “De onde vem tanta gente”?. O motivo dessas perguntas é o fluxo de fiéis e peregrinos que nos domingos e quartas-feiras está provocando um caos na circulação ao redor da Cidade do Vaticano, chegando inclusive a fechar a famosa “Via della Conciliazione” que dá acesso à Praça São Pedro. 
Nesta semana o Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone cunhou uma frase interessante: “cada domingo, cada quarta-feira – observou – se assemelha a um domingo de Páscoa na Praça São Pedro, é uma coisa extraordinária e maravilhosa”. Assemelha-se porque na Páscoa sempre foi característica a presença de milhares de fiéis que invadem a Praça e os arredores do Vaticano.
O motivo é simples: Papa Francisco, um homem que “veio do fim do mundo” e que está conquistando o mundo. Mas quem são essas pessoas que invadem Roma, principalmente a Praça São Pedro, pacificamente, para ver e ouvir Francisco? 
São crianças, jovens, adultos e idosos. Todas as idades se fazem presente nos encontros com o Sucessor de Pedro, e todas as idades se sentem tocadas pelas palavras deste Pastor que conhece “o cheiro de suas ovelhas”, que como o “pároco do mundo”, sente a necessidade de tocar os corações das pessoas e dizer-lhes que Deus é amor, é misericórdia, que os ama, e que espera um chamado para fazer morada em seus corações. Um Papa que também sente a necessidade de tocar fisicamente o Povo de Deus, que sedento da Palavra que salva, vem até Roma em busca daquele algo mais, que Papa Francisco neste momento está fornecendo. 
No meio de toda a multidão alguém chega afirmar, “parece que o Papa dirige o seu olhar só para mim”, e a emoção que brota de vê-lo tão próximo é algo que não conseguem descrever, talvez, em alguns casos só as lágrimas podem concretizar o que o coração sente. E nesses encontros, que exercem uma forte atração nos fiéis, não são poucos aqueles que se deixam transformar pelas palavras e gestos de Francisco, sobretudo os jovens que cada vez mais se fazem presentes na Praça São Pedro.
Junto com o que está ocorrendo no lado de fora do Vaticano, dentro dos muros, aqueles que ajudam no dia a dia no governo da Igreja também se interrogam sobre a real dimensão desse início de Papado. Nos dias passados, quando Papa Francisco completou o seu primeiro mês de Pontificado muitos voltaram analisar os seus gestos, principalmente de “renúncia a tudo aquilo que possa relacionar a Cúria Romana a uma corte imperial”: essa foi um expressão usada pelo Presidente emérito do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper. Para o Cardeal, “até o momento, foram apenas sinais, mas sinais que trazem esperança. Existe uma visão de esperança para a Igreja”. “Por outro lado, não sejamos ingênuos. O Evangelho sempre encontrará oposição, assim, estou certo – afirmou- que logo este Papa será alvo de ataques”. 
Muitos comparam esse momento de Papa Francisco com a lua de mel, do amor apaixonado, forte, de dedicação, que poderá no futuro acabar. Não creio que essa leitura seja justa e verdadeira, pois o momento vivido por Francisco não é um momento isolado e construído nos últimos 30-40 dias, mas sim é fruto de uma vida de pastor que o levou a todos os lugares marginais da sua arquidiocese de Buenos Aires, onde encontrou os deserdados, os humilhados, os últimos, e através desse contato proclamou o Evangelho da caridade, o mesmo Evangelho que hoje na belíssima Praça São Pedro ele comunica; e comunica com gestos e palavras fortes. 
Desde o primeiro momento de seu Pontificado ele pediu para todos, abaixando a cabeça, a nossa oração.
Toca agora a todos nós, rezarmos pelo nosso pastor, por esse homem gentil e humilde, para que o Senhor o conserve, e que seu coração jesuíta-franciscano, de missionário e humilde, continue batendo por aqueles que não têm vez nem voz. 
Temos um novo sopro do Espírito que chega a todos os confins da terra, até o fim do mundo.
(Silvonei José)

Fonte: www.news.va/pt

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