Você diz 'Eu te amo'?

domingo, 7 de abril de 2013 0 comentários
Dois irmãozinhos brincavam em frente de casa, jogando bolinhas de gude.
Quando Julio, o menino mais novo, disse ao irmão Ricardo:
- Meu querido irmão, eu te amo muito e nunca quero me separar de você!
Ricardo, sem dar muita importância ao que Julio disse, pergunta:
- O que deu em você moleque?
Que conversa besta e essa de amar? Quer calar a boca e continuar jogando?
E os dois continuaram jogando a tarde inteira até anoitecer.
À noite, o senhor Pedro, pai dos garotos, chegou do trabalho.
Estava exausto e muito mal humorado, pois não havia conseguido fechar um negocio importante...
Ao entrar, Pedro olhou para Julio, que sorriu para o pai e disse:
- Olá papai, eu te amo muito e não quero nunca me separar do senhor!
Pedro, no auge de seu mau humor e stress, disse:
- Julio, estou exausto e nervoso. Então, por favor, não me venha com besteiras!
Com as palavras ásperas do pai, Julio ficou magoado e foi chorar no cantinho do quarto.
Dona Joana, mãe dos garotos, sentindo a falta do filho foi procurá-lo pela casa, até que o encontrou no cantinho do quarto com os olhinhos cheios de lágrimas.
Dona Joana, espantada, começou a enxugar as lágrimas do filho e perguntou:
- O que foi Julio? Por que choras?
Julio olhou para a mãe, com uma expressão triste e lhe disse:
- Mamãe, eu te amo muito e não quero nunca me separar da senhora!
Dona Joana sorriu para o filho e lhe disse:
- Meu amado filho ficaremos sempre juntos!
Julio sorriu, deu um beijo na mãe e foi deitar-se.
No quarto do casal, ambos se preparando para se deitar, Dona joana pergunta para seu marido:
- Pedro, o Julio está, muito estranho hoje, não acha?
Pedro, muito estressado com o trabalho, disse a esposa:
- Esse moleque esta, querendo chamar a atenção... Deita e dorme mulher!
Então, todos se recolheram e todos dormiam sossegados.
As duas horas da manhã, Julio se levanta e vai ao quarto de seu irmão Ricardo e fica observando o dormir...
Ricardo, incomodado com a claridade, acorda e grita com Julio:
- Seu louco apaga essa luz e me deixa dormir!
Julio, em silêncio, obedeceu ao irmão, apagou a luz e se dirigiu ao quarto de seus pais...
Chegando lá, acendeu a luz e ficou observando seu pai e sua mãe dormirem.
O senhor Pedro acordou e perguntou ao filho:
- O que aconteceu Julio?
Julio, em silêncio, só balançou a cabeça em sinal negativo, respondendo ao pai que não tinha nada.
O senhor Pedro, irritado, perguntou a Julio:
-Então, o que foi moleque?
Julio continuou em silêncio Pedro já muito irritado, berrou com Julio.
-Então vai dormir seu doente!
Julio apagou a luz do quarto, dirigiu-se ao seu quarto e se deitou.
Na manhã seguinte todos se levantaram cedo.
O senhor Pedro iria trabalhar a dona Joana levaria as crianças a escola.
Mas Julio não se levantou.
Então, o senhor Pedro, que já¡ estava muito irritado com Julio, entra bufando no quarto do garoto e grita:
- Levanta seu moleque!
- Julio nem se mexeu.
- Então, Pedro avança sobre o garoto e puxa com força o cobertor do menino com o braço direito levantado, pronto para lhe dar um tapa, quando percebe que Julio estava com os olhos fechados, e que estava pálido.
Pedro, assustado, colocou a mão sobre o rosto de Julio e notou que seu filho estava gelado.
Desesperado, Pedro gritou, chamando a esposa e o seu filho Ricardo, para verem o que havia acontecido com Julio... Infelizmente o pior. Julio estava morto e sem qualquer motivo aparente.
Dona Joana, desesperada, abraçou o filho morto e não conseguia nem respirar de tanto chorar.
Ricardo, desconsolado, segurou firme na mão do irmão e começou a chorar também.
Pedro, em desespero, soluçando e com os olhos cheios de lágrimas, percebeu que havia um papelzinho dobrado nas pequenas mãos de Julio.
Pedro, então, pegou o pequeno pedaço de papel. E havia algo escrito com a letra de Julio.

'Outra noite Deus veio falar comigo através de um sonho. Me disse que, apesar de amar minha família e de ela me amar, teríamos que nos separar. Eu não queria isso, mas Deus me explicou que seria necessário. Não sei o que vai acontecer, mas estou com muito medo. Gostaria que ficasse claro apenas uma coisa: Ricardo, não se envergonhe de amar seu irmão. Mamãe, a senhora é a melhor mãe do mundo. Papai, o senhor de tanto trabalhar se esqueceu de viver. Eu amo todos vocês!'

Quantas vezes não temos tempo para parar e amar, e receber o amor que nos é ofertado?
Talvez quando acordarmos possa ser tarde demais...
Mas ainda há tempo!

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